quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Choque de Amor no Lixão de Jardim Gramacho



Por Hermes C. Fernandes

Finalmente chegara o dia do tão anunciado "Choque de Amor", ação social promovida pela Igreja Reina no ex-Lixão de Jardim Gramacho, Duque de Caxias, RJ. Estávamos todos exaustos depois de uma semana inteira dormindo entre 4 a 5 horas por noite. Também estávamos apreensivos, pois três dias antes ficamos sabendo que uma ONG, com a qual não chegamos a celebrar parceria, havia distribuído senhas para mil famílias receberem nossas cestas básicas. Como poderíamos atender a tanta gente? Tentamos desfazer o mal entendido, porém, já estava muito em cima. 


Bispo Alexandre de Paula e Pra. Odisséa
Era por volta de 9:45h quando chegamos ao Lixão. Atrás do meu carro, dezenas de outros. Tão logo entramos na rua do evento, deparamo-nos com uma multidão à espera do que fora prometido. Minha esposa teve uma crise de choro: - E agora, como faremos? 

Tentei acalmá-la, dizendo que Deus tinha tudo sob controle. Mas eu mesmo estava muito nervoso e imaginando o que aquele povo poderia fazer se não pudéssemos atender a todos.

Chegando em frente à igreja do Nazareno, resolvemos montar ali nossas barracas e começar a descarregar as centenas de cestas, brinquedos, material escolar e roupas que havíamos trazido.

Orientei aos voluntários que só receberiam as cestas aqueles que houvessem sido cadastrados pela nossa própria equipe duas semanas antes. Tínhamos distribuído apenas 130 senhas, e ficamos de retornar na semana seguinte para distribuir mais até inteirarmos 200. Porém, vieram as chuvas, as enchentes, e algumas igrejas nossas tiveram que acudir seus membros que perderam tudo. Disse à equipe que não nos responsabilizaríamos pelas senhas distribuídas pela ONG, uma vez que a parceria não havia sido celebrada, e que, sequer havíamos combinado aquilo.

Revelyn Fernandes e a criança apadrinhada
Decidimos que antes de entregar as cestas, entregaríamos os presentes do projeto Fada Madrinha, através do qual cerca de 130 crianças foram apadrinhadas, recebendo roupas e calçados novos, além de brinquedos e material escolar.

Quando terminamos de descarregar os carros e fretes, vimos que havíamos ultrapassado em largo nossas expectativas. Tínhamos, ao menos, 300 cestas básicas, muitas com itens natalinos. Combinei com a minha equipe que priorizaríamos as 130 famílias que receberam as senhas, e o que sobrasse, distribuiríamos entre as demais famílias. 


Bispo Alexandre e sua esposa, Pra. Odisséa, juntamente com a minha esposa Pra. Tânia ficaram a cargo da organização da entrega. 

Após entregarmos as 130 cestas, a impressão que tínhamos era que nenhuma cesta havia sido entregue ainda, pois o lugar onde estavam postas continuava tão cheio quanto antes. Era como se presenciássemos uma reedição do Milagre da Multiplicação. Era hora de convocar as demais pessoas que não tinham senha. Temi. Achei que não deveríamos anunciar pelo auto-falante para evitar tumulto. Seria melhor boca-a-boca. Mas não adiantou nada. A multidão se aglomerou. Era assustador. 

E as crianças que  não haviam sido apadrinhadas? Como era duro para mim vê-las tristinhas, decepcionadas por não terem recebido nada. Tomei-as pelas mãos como um professor toma a turma na hora do sinal para conduzi-la à sala. Levei-as até onde estavam os demais brinquedos. O sorriso brotou em seus rostinhos. Conseguimos presentear a todas! Bonecas, carrinhos a pilha, bolas, jogos, e muitos outros. 

Rhuan Fernandes
A montanha de roupas e calçados que se formou foi desaparecendo aos poucos. As pessoas tinham liberdade de escolher os que quisessem. 

Ao término do evento, eu e a equipe da Reina estávamos surpresos com o resultado. Como que por um milagre tínhamos dado conta daquela multidão. Ainda pudemos visitar algumas casas para levar compras para aqueles que estavam impossibilitados de vir até o largo. Um dos casos foi de uma família com duas crianças autistas vivendo na mais absoluta miséria. O outro foi de uma família com uma senhora com câncer já em estado avançado. 

Ao todo, distribuímos quase 6 toneladas de mantimentos, mas isso não é nada comparado ao que recebemos. Era como se o próprio Jesus estivesse escondido por trás de cada sorriso, de cada lágrima de emoção e gratidão, de cada abraço apertado. 

Obrigado aos bispos e pastores da Reina que não mediram esforços para que este evento ultrapasse todas as expectativas. Obrigado ao povo reinista que tanto trabalhou para que este evento acontecesse. Sem vocês, teria sido impossível. Obrigado a todos os que contribuíram, repartindo o seu pão com os que pouco ou nada têm. 

Obrigado à minha família, minha esposa Tânia, meus filhos Rhuan e Revelyn que trabalharam bravamente, e minha filha Rayane, canal de inspiração de Deus para nós. 

Obrigado, Jesus, por nos permitir viver este momento ímpar em nossa caminhada. Foi bom demais encontrá-lo ali, na última fronteira, entre os pobres, desprezados e excluídos, entre os que têm fome e sede de justiça. 

Minha gratidão também a todos os que trabalham em favor daquela comunidade ao longo do ano. Que o Espírito Santo continue a usar cada um de vocês como sinal do Reino de Deus naquele lugar.

P.S.: Alguns voluntários do Choque de Amor nos contaram ter ouvido funcionários de alguma ONG que trabalha no lixão comentando com os moradores que nosso trabalho ali não tinha muito valor por ser de um dia só. Confesso que fiquei surpreendido com o tal comentário maldoso. Se eles se importam tanto com os moradores daquele lugar, deveriam sentir-se alegres por vê-los sendo ajudados. Jamais foi nossa intenção rivalizar com quem quer que seja, nem invadir o "terreno" de ninguém. Também não houve intenção política, nem proselitista. Nossa proposta ali era um "choque de amor", semelhante àquele choque que se dá com a intenção de ressuscitar o paciente que acabara de morrer. Imagine se o clínico geral que o acompanha dia-a-dia se sentisse triste por ver um médico socorrista aplicando-lhe um desfibrilador. Ora, respeitamos muito o trabalho feito por essas ONGs junto às comunidades carentes. Muitas recebem verbas governamentais e apoio de empresas para isso. Mas o fato é que a situação daquela gente é emergencial. Um choque de amor visa mostrar-lhes o quanto são importantes para nós, e ao mesmo tempo, fazer-nos compreender a realidade em que vivem a fim de que possamos promover ações mais efetivas a seu favor. Distribuímos cerca de seis toneladas de mantimentos, além de roupas novas e usadas, muitos brinquedos e material escolar. Tudo isso, sem qualquer verba de fora, apenas com a ajuda do nosso povo. Não desmerecemos o trabalho de ninguém, mas espero que, ao menos, respeitem a generosidade e solidariedade de nosso povo que com tanto carinho se deslocou para aquele lugar para ser um canal do amor de Deus.



Preparando as crianças para os presentes


Pr. Levi

Bispo Hermes e Bispo Elias no início do evento
Rhuan (fotógrafo) e Bispo Hermes trazendo a Palavra

Antes de compartilhar o pão material, compartilhamos o Pão da Vida
Vidas se rendendo ao amor de Deus
Missionária Graça e Bispo Celso Passos

Uma pequena parte da equipe (a maioria já tinha ido embora)


Pr. André à caráter e Miguel, trazendo alegria às crianças 

Pr. Cecílio Jr. e sua esposa Jociléa com o menino apadrinhado
Bruno e os meninos apadrinhados
Esther e a menina apadrinhada no Fada Madrinha
Rafael Thiago
Leandro, nosso super herói
Pra. Claudia, seu filho Caio e o menino apadrinhado
Joice e o menino apadrinhado
Amanda e a criança apadrinhada

Carol e sua princesa (apadrinhada)
Além de presentes, carinho
Pra. Tânia e Bispo Hermes
Pr. Rodrigo Jardim
Pr. Servilho e Edson 
Edson na visita a um lar necessitado
André e a princesa apadrinhada
Família Jardim e as crianças apadrinhadas
Carinho e amor

Pedro e filho presenteando a criança apadrinhada)
Pr. Wilton (sangue bom!) e acriança apadrinhada
Frann, a professora das crianças da Reina - Engenho Novo
Alex e Filipe
Luís e Aninha (de costas), além da Jociléa, Carol e Sandra

Parte da equipe do Engenho Novo
Parte da equipe do Engenho Novo

Pr. Valmir, amigo de todas as horas
Mayara e sua apadrinhada
Pra. Miriam de Lourdes, nossa heroína de Acari


Pr. Joaquim e Miguel
Pr. Athanazio Nascimento, bravo guerreiro da Reina

Bispo José Luiz e Pr. Rodrigo, homens comprometidos com o amor

Pra. Fatima e criança apadrinhada
Carol e Bispo Elias (sobrinha e tio na mesma missão)

Alex interagindo com as crianças
Pr. Edmilson e Flavia

Pr. Martins, amigo valente

Um comentário:

mari silva disse...

Boa tarde Bispo!
Gostaria de saber onde encontro uma das igrejas que realizam esses trabalhos, moro em Maricá e gostaria de fazer parte desses projetos!